sexta-feira, 29 de julho de 2016

que liberdade é essa???

posso
nunca
mais
ser
publicado
mas
nesse
blog
não
censura
viva!!!
arremesso
na
página
qualquer
porra
que
saia
da
cabeça
do
pau
viva!!!
sou
pássaro
cuspindo
merda
no
asfalto
e
hoje
(se alguém mata um pássaro
e for pego
será preso!!!)
que beleza!!!
sou
leão
nas
reservas
florestais
do
Quênia
babando
na
savana
e
nada
fazendo
e
protegido
pela
lei!!!
que beleza!!!
o
que
sou
é
homem
a
viver
em
mundo
democrático
desfrutando
da
famosa
liberdade
de
expressão
que beleza!!!
antes
e
em
alguns
lugares
ainda
você
não
pode
dizer
o
que
lhe
vier
na
telha
que tristeza!!!
agora
e
em
muitos
lugares
você
diz
diz
diz
uma
meia
dúzia
escuta
e
a
imensa
maioria deixa
suas
palavras
morrerem
ao
vento
mas
o
DIREITO
de
se
expressar!!!
que beleza!!!
aquela
meia
dúzia
pode
até
se
transformar
em
2
milhões
nada
muda
o
escritor
maldito
é
aplaudido
vende
muito
nada
muda
eles
somente
lhe
deram
a
chance
de
coicear
as
bolas
da
humanidade
é
como
se
essa
mesma
humanidade
dissesse:
"deixa esse cavalo
pular na arena
como crente no inferno
deixa esses 2 milhões
idolatrarem
a ousadia do esgoto
a sair dos seus poros
nada muda
o
escritor
e
seus
2 milhões de leitores
pensarão que são LIVRES"
que beleza!!!
antes
seria
queimado
vivo
na
fogueira
agora
é
morte
em
vida
e
eu
suplico:
"que venham os carrascos
meu corpo é banquete
para seus tristes dentes"
o
grande
inquisidor
mudou
a
roupa
o
escritor
maldito
continua
vagando
ao
luar
mergulhado
na
solidão
de
seus
farrapos

 


a profecia de um tolo:   ELA  CHEGARÁ!!!

uma
pitada
de
mel
na
ferida
é
o
que
peço
um
pequeno
pedaço
de
entendimento
em
relação
à
confusão
que
vivo
o
poeta
precisa
de
solidão
precisa
de
distância
para
observar
criar
o
sangue
de
sua
poética
ao
mesmo
tempo
busca
o
diálogo
(nada igualitário!!!)
está
a
armadilha
em
que
cai
todo
artista
ele
se
afasta
com
um
foguete
enfiado
no
rabo
e
quando
retorna
pedalando
tranquilo
sua
bicicleta
cor-de-rosa
lançando
beijos
à
multidão
ninguém
o
compreende
está
confinado
nas
grades
da
incomunicabilidade
pode
ter
amigos
uma
esposa
ou
marido
até
filhos
mera
companhia
ao
redor
da
mesa
mero
alívio
na
pele
na
derme
da
pele
na
hipoderme
continua
sozinho
e
se
deixar
de
estar
não
mais
artista
será
pode
ser
até
um
pop star
(já perceberam o pânico no olhar
de Mick Jagger?)
pode
ser
até
um
tropicalista
(já perceberam o pânico incrustado
nos corpos dos Caetanos e Gils
do Brasil?)
essa
é
minha
condição
o
poeta
escreve
aquilo
que
não
consegue
falar
na
cadeira
do
bar
sempre
mas
Jagger
os
Tropicalistas
e
muitos
outros
conseguiram
aquela
gota
de
alívio
uma
companhia
para
a
pele
exausta
(eles sorriem como pássaros!!!)
não
possuo
nem
isso!!!
minha
ferida
sangra
à
espera
de
uma
pitada
de
mel
ELA
chegará
como
raio
colorido
não
é
esperança
é
afirmação
que
a
doçura
de
um
beijo
brilhará
em
meus
lábios
cansados
de
tanta
distância
permanecerei
sozinho
mas
de
mãos
dadas
com
a
mais
bela
das
mãos
haverá
compreensão
(como Sartre e Simone)
não
será
solidão
a
dois
serão
delicados
dedos
afagando
cabelos
enquanto
escrevo
solitário
sobre
o
coaxar
fanho
dos
sapos
envenenados
no
lago
sobre
a
visão
do
corpo
dela
ao
sair
do
banho
nua
sem
saber
que
a
desejo

 



o maior poema de amor de todos os tempos
                                      
                                                            a Bianca Bueno


foi
uma
viagem
até
o
fim
da
noite
as
faces
morrendo
diante
da
temperatura
de
julho
e
juro
entre
nós
o
sol
queimava
nas
mordidas
suaves
no
choro
dela
abraçados
em
um
banco
velho
de
uma
praça
antiga
ela
perfeita
parceira
me
conduziu
à
um
quarto
apertado
de
paredes
magras
gordo
de
paixão
distraído
com
sua
buceta
saborosa
encantada
triste
bem humorada
usada
mas
parecia
virgem
em
sua
leveza
felina
com
o
olhar
dos
girassóis
enfeitiçados
me
proporcionou
delírio
nas
costas
cansadas
disse
que
meu
dedo
médio
ao
conquistar
seu
interior
foi
delicado
foi
delicioso
e
seu
gozo
a
fez
ranger
os
dentes
e
aqueceu
seu
gemido
naquela
noite
gelada
de
julho
naquele
quarto
banguela
ela
soberana
cadela
amorosa
vestida
de
sedução
avançou
sobre
o
pau
com
o
calor
da
lava
de
um
vulcão
desesperado
e
bem
perto
dali
o
rio
congelava
maridos
comiam
esposas
como
se
apertassem
parafusos
com
chaves
de
fenda
enferrujadas
religiosos
oravam
em
seus
palácios
católicos
enquanto
ela
realizava
a
prece
mais
sagrada
em
alvoroçada
chupada
com
a
paixão
que
nenhum
fiel
jamais
experimentou
eu
experimentei
gozei
na
boca
santa
de
Bianca
lembrei
do
amor
que
pouco
senti
embora
soubesse
que
era
amor
pois
ouvi
meus
brados
de
loucura
quando
ela
disse:
"meu homem"
paguei
o
dobro
que
ela
cobra
e
a
presenteei
com
um
casaco
de
couro
italiano
que
fora
estava
o
frio
tenebroso
de
julho
e
saímos
de
mãos
dadas
felizes
cantarolando
em
nossos
corações
a
maior
canção
de
amor
de
todos
os
tempos
 
 

quinta-feira, 28 de julho de 2016

a maldita conversa

me
contorço
todo
como
minhoca
no
bico
da
sabiá
é
que
conversei
umas
2
horas
com
meu
pai
e
não
nada
mais
deprimente
que
isso!
penso
em
sair
correndo
pelado
noite
afora
e
foder
uma
égua
agarrado
em
suas
ancas
de
preferência
uma
égua
selvagem
irritada
enquanto
afundo
o
pau
na
sua
buceta
equina
e
os
vizinhos
(febris delatores!!!)
chamam
a
polícia
eu
em
plena
zoofilia
sou
abordado
por
esses
escravos
com
seus
uniformes
apertados
estrangulando
seus
corpos
fortes
mas
tímidos
tanto
que
salto
da
égua
(ela já estava até gostando da trepada!!!)
encaro
as
autoridades
cuspo
nas
botas
engraxadas
e
lanço
veneno
através
das
pupilas
eles
aranhas
fora
da
teia
perplexos
nada
fazem
eu
faço
chamo
pro
braço
todos
"e que
venham de
arma em punho
somente saio
daqui morto"
nessa
hora
a
égua
esquecida
do
delicioso
abuso
mastiga
a
grama
e
olha
de
soslaio
a
cena
estou
ainda
faminto
por
confusão
os
guardas
(um bando de medrosos)
tentam
o
diálogo
digo
que
conversa
não
me
interessa
"é vida ou morte
a minha ou a de vocês
para mim
tanto faz
e para vocês
há diferença
entre
vida e morte?"
eles
pegam
os
porretes
me
atacam
com
a
fúria
dos
canibais
respondo
com
pancadaria
ousada
a
grama
se
torna
avermelhada
a
égua
confusa
mergulha
num
galope
veloz
eles
são
vários
lutam
como
boxeadores
novatos
mas
o
porrete
machuca
a
carne
e
me
faz
desabar
de
joelhos
eles
perguntam
se
vou
colaborar
digo
que
se
as
putas
das
suas
mães
me
derem
o
rabo
colaboro
agora
ofendidos
se
transformam
em
homens
e
espancam
cabeça
costelas
pernas
até
que
fecho
pela
última
vez
os
olhos
e
lembro
sorrindo
que
finalmente
nunca
mais
terei
que
conversar
com
meu
pai

quarta-feira, 27 de julho de 2016

O POETA   IMORTAL

ele era
o
Zé Tormento
chegava
em
casa
com
pilhas
de
poemas
e
pilhas
de
vinho
barato
nas
entranhas
e
era
todo
elétrico
declamava
e
dançava
e
bebia
e
fumava
e
catarrava
e
esbarrava
em
todos
os
móveis
e
sequer
se
importava
com
a
minha
presença
tinha
inflamação
nos
ouvidos
dor
no
cu
dentes
podres
tinha
espancado
a
mulher
(estava sendo processado por isso!!!)
tinha
quebrado
6
costelas
dela
e
aberto
um
rasgo
na
sua
boca
tinha
molestado
uma
menina
de
9
anos
(também estava sendo processado por isso!!!)
 tinha
fugido
da
penitenciária
seis
meses
e
bebia
todo
meu
whisky
e
dizia
que
ia
mudar
de
nome
de
Zé Tormento
para
Jean Gosmento
e
fodia
6
garotas
por
semana
e
escrevia
doze
poemas
por
dia
e
era
uma
pessoa
realmente
horrível
roubava
tudo
que
via
pela
frente
e
com
o
dinheiro
comprava
maconha
e
sempre
que
ia
em
casa
e
bebia
todo
meu
whisky
vomitava
por toda
a
casa
porque
ele
vomitava
correndo
e
era
também
gigolô
e
espancava
suas
3 ou 4
prostitutas
(claro   sem deixar marcas!!!)
e
no final
das contas
era
o
poeta
dos
versos
mais
poderosos
que
jamais
conheci

se não desaba   anda   fode  e  goza cantando

uma da manhã
vontade
suprema
de
dormir
por
milênios
assim
ingeri
78
comprimidos
de
Rivotril
2 mg
não
naufraguei
por
milênios
despertei
três
horas
depois
frustrado
com
a
ineficiência
desses
soníferos
de
merda!!!
a
noite
preta
me
olhava
os
livros
tediosos
da
tediosa
estante
me
encaravam
olhei
o
carpet
cheio
de
gotas
de
sangue
as
paredes
enegrecidas
de
tabaco
me
pareceu
belo
esse
cenário
não
a
cortina
pálida
nem
o
velho
guarda-roupa
nem
o
esburacado
sofá
vermelho
nem
a
confusão
de
poemas
espalhados
por
tudo
quanto
é
lado!!!
decidi
vagar
noite
afora
com
os
78
comprimidos
dançando
no
estômago
estacionei
no
primeiro
boteco
repleto
de
prostitutas
cheias
de
maquiagem
e
tédio
nos
olhares
bebi
dois
litros
de
vinho
na
expectativa
de que
os
78
soníferos
se
alvoroçassem
e
produzissem
a
queda
de
milênios!!!
ali
mesmo
no
boteco
sonolento
das
prostitutas
sem
clientes
gostei
de
uma
delas
era
negra
e
feia
(horrível mesmo!!!)
ela
pediu
meros
30
reais
pelo
programa
dei-lhe
100
seus
dentes
branquíssimos
apareceram
gloriosos
(essa parte do seu corpo
era muito bonita!!!)
e
fui
eu
ao
muquifo
que
o
sono
do
milênio
não
veio
e
era
quase
cinco
e
os
galos
enlouquecidos
cantavam
e
quando
gozei
cantei
também

para meu amigo

seu nome
é
Osmar
proprietário
de
uma
loja
de
discos
de
rock
conheço-o
25
anos
mas
o
da
gravata
um
dia
sufoca
o
sol
morre
a
calçada
geme
o
peito
não
suporta
os
pelos
irritados
blasfemam
tudo
entristece
(como os pernilongos desolados
diante do inverno da morte)
e
as
nuvens
tornam-se
doentes
e
os
canários
não encontram
farelos
na calçada
é
que
Osmar
realmente
afetou
minha
medula
óssea
com
seu
discurso
sobre
a
mídia
(o famoso quarto poder!!!)
com
seu
discurso
sobre
o
comunismo
(ele que nunca leu Karl Marx!!!)
com
seu
discurso
sobre
Cuba
e
Fidel Castro
e
tudo
relacionado
ao
rock!!!
ficou
perplexo
ao
assistir
Caetano
cantando
Smells like teen spirit
no
Faustão
ele
não
gosta
da
Globo
(como todo revoltado que quer
parecer diferente da "massa")
eu
o
entendo
mas
prefiro
desperdiçar
meu
tempo
deitado
nu
no
meu
colchão
imundo
aguardando
o
fim
da
esperança
num
mundo melhor
do
que
desperdiçar
meus
sagrados
instantes
ouvindo
seu
discurso
poluindo
meus
sujos
ouvidos
mas
Osmar
é
legal
me
apresentou
Rod
Stewart
ele diz
que respeita
minha opinião
mas
não
sou
democrata
não
existe
diálogo
igualitário!!!
(como dizia Voltaire: "Posso não concordar
com nada do que você diz
mas você tem todo direito de dizê-lo")
isso era pura ironia!!!
(tudo que Rosseau lhe dizia entrava
por uma orelha e saía
pela outra!!!)
gosto
é
do
meu
monólogo
minha
conversa
solitária
olhando
para
minhas
bolas
num
dia
de
chuva
 Voltaire
escutaria
Osmar
e
nunca
mais
voltaria

eu
voltei
assim
não
espanco
a
pureza
dos
seus
olhos
com
meus
braços
intelectuais
de
um
corpo
venenoso

que
palavras
machucam
o
sangue
exterminam
a
voz

e
provocam
hemorróidas

me
calo
pouco
a
pouco
falarei
coisas
que
ele
desconhece
não
porque
quer
por que
ainda
não
ouviu
as
longas
horas
de
minha
cantiga
que
é
amiga
como
a
mordida
do
cão
no
amanhecer
frio
para
aquecer
aquele
outro
cão
afinal
somos
todos
cães
abandonados
em
busca
de
uma
resposta

Osmar
é
um
cara
legal
apenas
outro
ser
sensível
como
eu
nesse
grande
lago
onde
milhares
de
cisnes
delicados
afundam




terça-feira, 26 de julho de 2016

não é fácil se adaptar   

o
que
você
quer?
uma poesia
bonitinha
que fale
da
poesia
das
flores
das
estrelas
dos
casais
apaixonados
das
crianças
brincando
de
castelinho
na
praia?
nada
disso
encontrará
aqui
a
vida
que
observo
na
demência
do
celular
(esses dias via duas pessoas conversando
através do what's app
estando a dez metros de distância!!!)
e
o que se
deduz
dessa comunicação
pós-moderna?
evita o
constrangimento
diante do
diálogo
face
a
face
evita
o
rubor
no
rosto
é
triste
para
mim
olhar
isso
tudo
casais
se
apaixonando
através
do
face-book
jovenzinhos
que não
vivem
mais
na
rua
enfurnados
em
joguinhos
eletrônicos
eles
não
jogam
mais
bolinha
de
gude
nem
tênis
de
mesa
o
bom
é
matar
inimigos
com
fuzis
e
carros
poderosos!!!
é
claro
estou
estupidamente
velho
a cultura
de
uma
época
sempre
faz
sentido
porém
dolorido
fica
meu
cansaço
ao
observar
os
caminhos
dessa
insanidade
coletiva
(não que tenha sido diferente no passado!!!)
tudo
sempre foi
absurdo
nada
 temos
que
fazer
antes
íamos
à
missa
e
éramos
pecadores
agora
os motéis
estão
cheios
de
putaria
e
traição
os
becos
estão
cheios
de
miséria
as
prostituas
   estão  
 com
a
agenda
cheia
e
as
igrejas
evangélicas
também
estão
cheias
as
universidades
proliferam
os
jardins
zoológicos
proliferam
as
baleias
sobrevivem
o
turismo
sobrevive
a
TV
e
seus programas
divertidos
sobrevivem
os 
jornais
da
TV
sobrevivem
as
TV'S
a
cabo
sobrevivem
com
o
History Channell
falando
de
OVNI'S
e
por
onde
Cristo
andou
dos
18 aos 30
e tudo
isso
me
enoja
e
eu
vomito
em cima
dos
calças
apertadas
das
fêmeas
e
das camisas
bem
passadas
desses
que
admiram
todo
esse
AVANÇO 
de nossa
bela
sociedade
e os
abutres
continuam
procurando
carniça
entre
os
girassóis
e os
cães
continuam
farejando
sua
própria
merda
e
eu
caminho
entristecido
em
meio
à sexualidade
exacerbada
dos
nossos
tempos
com
os homens
vaidosos
fazendo
depilação
e
as
mulheres
enchendo 
de
silicone
seus
peitos
e
rabos
rebolantes
depois
não
entendem
 minha
poesia
minha
infelicidade
e
alegria
diante desse
circo
no qual
sou
animal
preso
na
jaula
e
meus
versos
são
faíscas
sorridentes
de
minhas
garras
raspando
o
chão
(se é que isso é um poema
mais parece alimento
para um sarnento
cão)
esse
canino
sou
eu
negro
ou
albino
uma
espécie
de
calado
sino

uma porra de intenção insignificante

o
objetivo
é
chegar
ao
cume
fumar
um
baseado
deitado
embaixo
da
sombra
de
uma
árvore
e
imitar
os
pássaros
(isso se você souber assobiar!!!)
caso
contrário
cavoque
a
terra
descubra
um
ninho
de
minhocas
e
se
contorça
 com
elas
todo
epilético
rindo
ao
sol
e
se
você está
lendo
essa
asneira
porém
asneira
à
minha
maneira
poema
retirado
da
sujeira
que vivo
lhe
digo
cancele
essa
leitura
nem
chegue
ao fim
nunca
mais
leia
algo que
escrevo
prefiro
assim
não preciso
nem
de
seu
aplauso
nem
de
sua
vaia
muito
menos
de
sua
indiferença
fique
com
sua
crença
de
que
dias
melhores
virão
afinal
por mais
que você
idolatre
Cristo
ou seja
um
libertário
ainda
é um
discípulo
de
Sócrates
ergue
bandeiras
 é
pacifista
defende
os
animaizinhos
da
floresta
os
indiozinhos
da
floresta
chama
o
Estado
Islâmico
de
loucura
e
chora
ao
ver
HOLLYWOOD
poderia
encher de versos
 esse
insulto
em
forma
de
poema
esse
chute
nas
suas
bolas
até isso
virar
um
ROMANCE
mas
não
chega
acho
a
humanidade
inteira
um
bando
de
idiotas
e
isso
me
inclui

se você gosta do que escrevo   tudo bem   senão   tudo bem!!!

não sou
poeta
escrevo
poemas
o
que
eu
 faço
não
define
quem
sou
o
que
sou?
NÃO SEI
talvez
algo
como
pantera
ornitorrinco
besouro
flor
árvore
algo
que
dorme
come
morre
não
deixa
 rastro
uiva
como
lobo
urra
como
fera
e
escreve
uma
 atividade
tola
como
o
bocejar
do
cão
porém
atividade
exclusiva
no
reino
dos
seres
do
 planeta
azul
esse
algo
é
diferente
porque
não
sabe
sequer
escovar
os
dentes
muito
menos
andar
sem
tropeçar
nos
vestígios
de
seu
azar
é
diferente
dos
 outros
seres
   (não que isso seja uma vantagem)
apenas
diferença
é
todo
atrapalhado
pergunta
o
por que
de
tudo
encurrala
a
vida
a
deixa
esmagada
como
flores
pisoteadas
somente
para
ver
o
 que
sai
 dela
e
o
 que
sai
é
coisa
nada
agradável
antes
admirasse
vitrines
tivesse
sonhos
de
consumo
planejasse
construir
uma
família
não
trair
seu
melhor
amigo
não
chorar
no
chão
de
um
banheiro
imundo
não
foder
o
cu
de
Deus
ou
foder
cadáveres
de
belas
moças
loiras
com
suas
bucetas
inebriantes
fazer o que?
não sou poeta
apenas
escrevo
poemas
sobre
os
78
comprimidos
de
Rivotril
2 mg
que
 engoli
à
 uma
da
manhã
na
tentativa
de
apagar
 por
décadas
não
sou
poeta
apenas
escrevo
sobre
a
própria
falência
gloriosa
e
vocês
esqueçam
minha
insistência
não
preciso
de
poesia
para
sobreviver
vivo
do
vento
e
da
fome
e
do
frio
 envio
 esses
  poemas
para
o
mundo
somente
porque
acho
divertido
porque
aqui
nessa
LAN HOUSE
é
 um
 bom
lugar
para
se
 esconder
e
espiar
não
me
 importo
se
você
 irá
gostar
Milton Nascimento
disse que
o artista
deve ir aonde
o povo está
eu não vou lá
fico aqui
rabiscando
versos
para
mim
mesmo
assim
aqueço
minha
vida
e
minhas
feridas
 e
 o
açúcar 
  a
escorrer
delas