quinta-feira, 17 de agosto de 2017

dance on fire
está
na
hora
do
  show!!!
LET'S GO!!!
ON THE ROCK'S!!!
OVER THE TOP!!!
e
dizem
por
que
tudo
está
perdido
saibam
que
crença
não
é
doença
é
cura
nada
de
anomalia
sim
poesia
acreditem


como
escapar
do
alçapão
a
engolir
toda
sua
esperança
ei
garota
dança
que
tudo
que
existe
é
DANÇA
dança
menina
com
a
metafísica
dos
gregos
bailando
no
olho
com
a
de
São Francisco de Assis
enfiada
no
rabo
com
a
dúvida
de
Descartes
enfiada
na
boca
e
chega
de
palavreado
os
dados
rolam
façam
suas
apostas
se
vocês
não
gostam
suportem
não
saída
penetrado
de
vida
você
está
dance
afinal
tudo
ao
seu
redor
queima
e
dançar
sobre
o
fogo
até
que
é
gostoso
uma cena vespertina

o
limão
apodrece
a
cadela
lambe
doida
pata
limpa
o
cigarro
aceso
entre
os
dentes

eu
galopando
sobre
a
página
com
minhas
furiosas
patas
brancas

patas
de
menino
do
interior
 com
garras
metálicas
que
trucidam
teu
dorso
e
o
galope
continua
então
me
invade
o
som
mudo
da
rua

olho
para
ela
observo
sua
curvatura
sua
sinuosidade
sua
suavidade
sua
serenidade
enquanto
limpa
o
gramado
ela
cantarola
baixinho
e
rola
mais
galope
quando
a
vizinha
de
olhos
demoníacos
arremessa
bituca
fervorosa
sobre
uma
de
nossas
rosas

"que mulher horrorosa!!!"
diz Simone
e
pega
o
telefone
chama
seu
bando
cata
a
garrafa
de
cana
cata
um
lenço
vermelho
que
enrola
em
seu
pescoço
preto
e
eu
vejo
formigas
avançarem
silenciosas
em
direção
ao
corpo
morto
de
um
limão

e
a
cadela
se
delicia
com
toda
essa
podridão
eu
ergo
mãos
ao
céu
e
o
galope
morre
feliz
apenas
por
ter
galopado
uma
viagem
do
útero
à
cova
eis
uma
tola
definição
da
vida
enquanto
divago
 cresce
a
guerra
das
mulheres
sirenes
explosões
gritos
correria
na
esquina
sol
das
4
e
o
galope
não
é
que
renasceu?

exatamente
quando
Simone
arremessa
um
rastel
que
desaba
nervoso
no
meu
ocioso?
a
dor
incendeia
ainda
mais
a
tarde
morna
coisas
do
ofício
coisas
de
Simone
coisas
às
vezes
escondias
debaixo
do
tapete
como
a
sujeira
debaixo
das
unhas
testemunhas
desse
crime
perfeito
e
o
galope
finalmente
morre
enquanto
ouço
ao
longe
um
gemido
de
loba
esfaqueada
no
Ártico
acontece...
e
assim
o
dia
se
tece
fim de tarde
 
do
sol
que
morre
escorre
o
silêncio
que
interrompi
 
a
raiva
invade
a
praia
morosa
 
amorosa
é
a
mão
que
me
afaga
 
é
verdade
 
fadas
duendes
moscas
grilos
e
até
aeronaves
 
é
 
tudo
isso
e
dentro
da
geladeira
mais
 
tem
HELLMANNS
Cat Chup
lasanha
1/2 quilo de banha
e
até
uma
lata
de
NESCAU
vazia
velha
 
e
tudo
isso
 coexiste
com
o
sol
que
morre
e
dele
escorre
um
 ar
 inquieto
 
pois
rock
ruidoso
estrangulou
a
calmaria
mineira
dessa
tarde
paranaense
 
eu
descontente
por
estar
contente
 
alegremente
lhe
informo
que
a
tristeza
impera
 
e
dizem
que
nova
guerra
novo
estopim
de
sangue
novo
querubim
da
morte
novo
holocausto
 
se
aproxima
 
e
ainda
por
cima
 
e
dizem
também
que
o
presidente
possui
uma
espada
enfiada
no
seu
rabo
fervente
 
diante
de
tudo
isso
me
despeço
 
INDIFERENTE
 
 

 

tempo de sobra

o
herói
sangra
tenso
sob
o
sol
das
2
 
não!!!

recusei
a
oferta
e
com
pressa
vazei
morro
adentro
 
quando
penso
nisso
 
enguiço
travo
engasgo
e
não
rasgo
mais
notas
de
dois
reais
 
agora
conto
centavos
 
fumo
PALERMO 
 
bebo
BAVÁRIA
 
devo
por
toda
parte
 
e
 
ainda
me
sobra
tempo
para
fazer
ARTE
 


torporizado
 
nada
acontece
à
toa
quando
a
pessoa
é
o
   acontecimento
quando
a
pessoa
se
torna
puro
entorpecimento
 
cimento
que
une
tijolos
tristes
murchos
melancólicos
amargos
 
                                                                 (velhos
                                                                comedores
                                                                            de
                                                            aspargos
                                                               caem
                                                                                        bêbados
                                                                 nas
                                                                      valetas
                                                                  teimosas
                                                                                  
                                 tão
                         teimosas
                                  quanto
                        virgens
                              do
                        século
                         XIX)

e
nada
comove
o
corpo

nenhum
sopro
de
emoção
 
apenas
um
dorso
encurvado
mirando
o
papel
 
assim
como
um
aspargo
e
vou
ler
o
que
fiz
 
essa
coisa
essa
cicatriz